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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Chico Buarque lidera manifesto por Dilma e Frei Betto defende-a como cristã




É um manifesto de artistas e intelectuais do Brasil para eleger Dilma Rousseff. Foi lançado pelo cantor Chico Buarque e pelo escritor Eric Nepomuceno, e conta com o apoio do arquitecto Óscar Niemeyer, dos teólogos Leonardo Boff e Frei Betto ou da economista de origem portuguesa Maria da Conceição Tavares. Será entregue a Dilma na segunda-feira, 18, no Teatro Oi Casagrande, no Rio de Janeiro.
O comportamento da oposição lembra "os argumentos que prepararam o golpe de 1964", por exemplo nas "críticas ao "populismo"", diz o manifesto. Inconformada com "a ampla aprovação da sociedade brasileira" ao Governo Lula, "uma minoria com acesso aos meios busca desqualificar esse povo, apresentando-o como "ignorante", "anestesiado" ou "comprado pelas esmolas" dos programas sociais". Essa minoria confunde sociedade de direitos com "sociedade de favores" e, "em nome da liberdade de imprensa, quer suprimir a liberdade de expressão". "É profundamente antidemocrático - totalitário mesmo - caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa", afirmam estes apoiantes de Dilma. "Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua actividade sem nenhuma restrição por parte do Governo. Mesmo quando acusaram sem provas. Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta. Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República. "Enquanto isso, diz o manifesto, o Brasil "retomou o crescimento", "distribuiu renda", conseguiu "estabilidade macroeconómica" e "redução da vulnerabilidade externa", e "fez tudo isso com expansão da democracia" e "uma presença soberana no mundo". 

                     Memórias de Frei Betto

Este movimento coincide com um texto na Folha de São Paulo de Frei Betto recordando o seu contacto com Dilma. Um testemunho significante numa campanha em que ela foi acusada de querer "matar criancinhas" por defender o aborto, e em que votos evangélicos lhe terão fugido.
   "Conheço Dilma Rousseff desde criança", conta ele. "Anos depois, nos encontrámos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do evangelho. Nada tinha de "marxista ateia". Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus." Depois, Frei Betto reencontrou Dilma no Governo Lula. "De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos."
      Sobre Lula, lembra Frei Betto, também se "espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto..." E, até à eleição, insiste o sacerdote, "nichos da oposição hão-de ecoar boataria e mentiras". Mas, "em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do evangelho.


4.10.2010 - 09:11 Por Alexandra Lucas Coelho, no Rio de Janeiro