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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Educação

A força do negro no palco do Theatro Municipal de Palmas

20/11/2007 - João Lino Cavalcante - 5 Leitura(s)

O som do atabaque ecoou forte no Theatro Municipal Fernanda Montenegro, no Espaço Cultural, em Palmas, na noite desta segunda-feira,19. Ao ritmo do instrumento africano, foi oficialmente aberto o II Fórum Estadual de Educação e Cultura Afro-Brasileira, que está inserido na programação da Semana da Consciência Negra. A Mãe de Santo Magda de Oxum abençoou o evento e lembrou da importância da valorização das religiões de matrizes africanas. 'Temos que nos referir às religiões africanas com muito respeito e orgulho. Somos todos irmãos, filhos de um mesmo Deus', conta a sacerdotisa. As apresentações culturais ficaram por conta do grupo de capoeira e dança da Escola Municipal Aurélio Buarque.

A noite ainda contou com a palestra 'Identidade Negra na Educação Brasileira', proferida pelo pós-doutor em Sociologia Jurídica, o angolano João Portelinha, que falou da importância da discussão do tema. 'Quem é de fato considerado negro? Não se pode considerar verdadeiramente o negro simplesmente pela tez da pele, mas pela questão cultural. Temos diversos casos de falha no sistema de cotas que existe aqui no Brasil, como o de dois irmãos, filhos do mesmo pai e da mesma mão onde um entrou na UnB pelo sistema de cotas e outro não, portanto, devemos rever o sistema de cotas vigente atualmente', conta o sociólogo.

O evento segue nesta terça-feira, 20, com sua programação do Centro de Ensino Médio de Palmas, durante todo o dia, com palestras e mesas redondas. O objetivo do fórum é acompanhar, propor, subsidiar, avaliar, discutir e divulgar a implementação da Lei de Diretrizes e Bases, alterada pela Lei 10.639/03 que propõe o debate da temática étnico-racial nas escolas e nas diversas áreas da vida.

Para Maximiano Bezerra, técnico da Secretaria da Educação e Cultura e um dos um dos organizadores do evento, a temática da 'africanidade' é fundamental para o conhecimento da cultura brasileira. 'Somos um povo de raça 75% africana e, no entanto, temos toda formação escolar baseada na história européia. Temos que inserir não só a discussão sobre este tema, mas também aprofundarmos e inserirmos a história da África no currículo regular das escolas públicas. A Seduc apóia esta iniciativa e estamos trabalhando para o reconhecimento do valor da cultura africana', conta Maximiano.

O evento é aberto ao público e voltado a professores e alunos da Educação Básica da rede pública e privada do Tocantins. Os interessados devem ligar para o telefone 3218-1437/1449/5128/6730. O valor da inscrição é de um livro por pessoa.

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