O maior mentiroso do mundo!
Ontem foi o Dia da Mentira. Existem muitas explicações para o 1º de Abril se ter transformado no Dia da Mentira. Um deles diz que a brincadeira surgiu da França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de Abril. Em 1554, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX da França determinou que o Ano Novo fosse comemorado no dia 1º de Janeiro, como é hoje. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, onde o ano iniciava em 1º de Abril. Gozadores passaram então a ridicularizar a decisão real, enviando presentes esquisitos e convidando para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como “plaisanteries”. Nos países de expressão inglesa, o Dia da Mentira é conhecido como “April Fool`s Day” ou o “Dia dos Tolos”. Na Itália e França ele é chamado “Pesce d´april” e “Poisson d´abril”, o que significa literalmente “Peixe de Abril”. No Brasil, o 1º de Abril começou a ser difundido em Pernambuco onde circulava “ A Mentira”, um periódico da vida operaria lançado em 1º de Abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. No entanto, é curioso que o homem conhecido como o “mais mentiroso do Mundo”, não mentia... Um menino chamado Marco Pólo, que nasceu em Veneza, em 1254, era filho e sobrinho de dois aventureiros, mercadores arrojados, que faziam negócios para os lados do Mar Negro e do Império Tártaro, e se chamavam Nicoló e Matêo. Numa das costumeiras excursões de negócios, foram encarregados pelo Grã-Cão dos Tártaros, de uma embaixada junto ao Papa. Mas nessa viagem os dois levaram tanto tempo que, quando voltaram a Veneza, Nicoló encontrou, com quinze anos, o filho que nem nascido era quando o pai saiu de casa. A esposa tinha morrido. Mas a coceira das viagens não abandonou o atrevido veneziano. Voltou ao país dos Tártaros, desta vez acompanhado pelo filho, o jovem Marco Pólo. Mais de vinte anos ficou a serviço do Klubai, que lhe admirava a inteligência viva, as qualidades de diplomata, seu conhecimento das línguas. Marco Pólo percorreu como embaixador de klublai grande parte da China. Ocidental, a Insulíndia, as costas da ´Índia e o Golfo Pérsico. Foi, durante três anos, governador da cidade de Yang-Chou. Um belo dia voltou Marco Pólo ao Ocidente. Estabeleceu-se em Veneza e se danou a contar as coisas maravilhosas que vira no Extremo-Oriente. Ajuntava gente em torno dele, e ia contando. Ouviam-no e, espoucavam as gargalhadas. Ele era considerado o maior mentiroso do Mundo. Como mentia aquele homem! E corriam a ouvi-lo, maravilhados. Marco Pólo contava histórias de povos esquisitíssimos, olhos amendoados, gente que apertava o pé em formas de ferro para que não crescesse. E histórias de riquezas incalculáveis, de bicho que fabricava fios lindos para tecer. Que imaginação! E eram risadas intermináveis... Dentro em pouco tinham-lhe posto o apelido do maior mentiroso do mundo. Esse “mentiroso” falava simplesmente a verdade... Os portugueses acreditaram nele e foram confirmar... E assim descobriram o Brasil, pensado que estavam na Índia, descobriram toda a Costa de África Ocidental e Oriental, descobriraram a Índia, o Japão e a Oceania... Ah, tudo isso por causa das “histórias” do maior mentiroso do mundo, Marco Pólo.
In “Palmensis Mirabilis” de João Portelinha
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