DISCURSO DE JOÃO PORTELINHA NA OUTORGA DO DIPLOMA DE “MEMBRO HONORÍFICO DA APL” A BOAVENTURA CARDOSO
Excelências,
Minhas senhoras
Meus senhores,
Meus queridos confrades
Eu também sou angolano e ter oportunidade de relembrar meus velhos tempos e ainda homenagear uma figura tão importante e amiga como Boaventura é para mim muito emocionante. O nosso ilustre convidado nasceu em Luanda em 1944, colaborou em jornais de Luanda e na revista Angola, da Liga Nacional Angolana. Desempenhou funções de diretor do Instituto Nacional do Livro e do Disco, secretário de Estado da Cultura e ministro da Informação. De
Considerando esses fatores e tendo em conta as perspectivas que no Brasil se abrem com a assinatura da portaria presidencial que determina a inclusão, no ensino de primeiro e segundo graus, de tópicos relacionados com a presença africana na formação da cultura brasileira, com destaque para elementos ligados à historia e à literatura da África, Creio assim que a situação vai mudar drasticamente, para melhor.
Estamos, com efeito, diante de sinais de que, hoje no Brasil, os estudos africanos ganham novos contornos, e, a cada dia, reafirma-se a ligação que setores hegemônicos da sociedade brasileira tentam apagar. Com entusiasmo, percebemos que o país vem se empenhando no resgate de uma memória que permaneceu esmaecida, e isso significa abrir caminhos em direção a África e desvelar as Áfricas que existem nas matizes que recortam a identidade Brasileira. Como de resto tenho dito em outras oportunidades... Dizem que Portugal é pai do Brasil... Disso não tenho nenhuma certeza... Mas que Angola é a mãe preta que o colocou ao colo e o amamentou culturalmente, disso tenho toda a certeza!
Excelências
Senhoras
Senhores
Meus queridos confrades,
Abrir caminhos que permitam aprofundar o conhecimento sobre a cultura de Angola e o Brasil parece-nos uma tarefa importante, fundamental, inclusive, para afastar os riscos de se perpetuar o processo de exotização de que o Continente africano também é vítima. Creio excelências, que esta tarefa poderá ser muito bem exercida por acadêmicos angolanos e brasileiros. Creio que às vezes fazemos melhor que os próprios governos... Angola e Brasil Têm muitas afinidades... Para, além disso, o Brasil foi o primeiro pais a reconhecer a independência de angola em 1975! Viva o Brasil! Viva Angola!
E foi com este espírito, senhor Boaventura Cardoso e pelos seus êxitos extraordinários na poesia e Literatura e quiçá pela amizade angolano-brasileira. Que a Academia Palmense de Letras, da qual sou presidente, o outorga, neste momento, o título de MEMBRO HONORÍFICO DA ACADEMIA PALMENSE DE LETRAS. Gostaria, também, confrade Boaventura, que eu e o senhor intercedêssemos junto aos nossos confrades de lá e de cá no sentido de gemearmos a Academia Palmense de Letras, da qual o senhor agora é membro, e a União dos escritores Angolanos.
Convido a todos os confrades presentes para um abraço ao nosso novo e ilustre confrade Boaventura da Silva Cardoso
Muito obrigado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário