MEU ROMANCE

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O DIA QUE NGOLA DESCOBRIU PORTUGAL

ESCRITOR & PROFESSOR


terça-feira, 8 de setembro de 2009

O PRIMEIRO MÊS DE OBAMA

Para qualquer governo, o primeiro mês é sempre muito difícil porque se começa sempre montando a equipa. Não é um processo muito fácil devido a inúmeros interesses que estão em jogo, às vezes partidários e ou não, mas que em uma análise convergem para que haja um bom governo ou não. Obama teve alguns problemas em montar os eu staff de colaboradores. Talvez isso tenha acontecido pelo fato de querer um governo “multipartidário” para acabar com a crise. Quanto todas as forças se convergem para algo ou para algum propósito o êxito é sempre mais fácil de ser alcançado. Pelo menos foi o que Obama pensou... A prática nos demonstrou que nem sempre é fácil conciliar os interesses políticos, ideológicos e outros, que cada partido tem. Ora, aprendemos que objetivo primordial de um partido sempre foi o poder. Seria pouco lógico que o partido republicano facilitasse a governabilidade de Obama ou fosse parceiro do seu governo. Talvez, também, a atitude de Obama se deva o fato de não quer uma oposição ferrenha dos republicanos. Não deu certo essa iniciativa de Obama, mas pelo menos ele tentou... No segundo dia do seu governo, foi um grande dia para os direitos humanos: confirma-se o encerramento de Guantánamo, e a modificação das regras de detenção e interrogatório (tortura) dos prisioneiros da “guerra cósmica contra o terrorismo”, incluindo o fim (espera-se...) das prisões secretas do magrebe e leste da Europa, e a aplicação das convenções de Genebra. Resta saber o que será feito com os detidos: repatriamento, exílio em terceiros países ou julgamento em solo dos EUA. No plano econômico Obama ordena ao tesouro americano que deixe mais dinheiro nos bolsos dos contribuintes. Da inicio ao corte de impostos para enfrentar a crise financeira mundial. O objetivo é beneficiar ao menos 95% das famílias até 2010. Pela estimativa, cada cidadão norte-americano terá mais de 65 dólares para gastar por mês. Em uma Pesquisa de opinião realizada pela rede de TV CNN e pelo Opinion Research Corp, confirma que, em um mês de governo, a aprovação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, caiu nove pontos percentuais, mas dois terços dos americanos continuam apoiando o democrata, o primeiro negro eleito para o cargo. O apoio de Obama caiu de 96% para 92% entre democratas e 50% para 31% entre os republicanos, mas, segundo nossa análise, a queda não representa o fim da lua de mel entre o presidente e a população, visto que a queda se deu principalmente entre os republicanos, e Obama é democrata. No plano econômico assinado durante a semana teve a aprovação de 60% dos consultados, sendo que 53% dos americanos acreditam que o pacote melhorará a vida da população. A eleição de Obama é a vitoria da America sobre si mesma. Significa que o sonho americano esta tão vivo que é capaz de derrotar um dos mais fundos preconceitos que ainda hoje afeta a nossa sociedade. o racismo. A vitalidade da democracia americana é uma lição que nos interpela. Possivelmente não teria ganhado as eleições sem crise que se vive na América. A verdade é que os níveis de desigualdade social criados pelas receitas neo-liberais não eram sustentáveis. Basta dizer que diferenças de rendimento nos EUA voltaram a ser comparáveis ao período que antecedeu a grande depressão. Porém, hoje vivemos num mundo globalizado, em que os EUA ocupam uma posição dominante, e daí a exportação à escala global, desse modelo de injustiça e desigualdade. Todos nós estamos pagando essa fatura e, no Brasil, infelizmente não fugimos à regra: socializar as perdas e manter os lucros privados. Desejamos muita sorte ao Obama porque os nossos destinos infelizmente estão interligados. Como os outros países, dependemos do epicentro de tudo – EUA!

In "Palmensis Mirabilis" de João Portelinha

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